quinta-feira, 26 de março de 2009

outro dia sonhei que alguém sonhava com um cavalo branco. outro dia não sonhei nada. tudo está exausto. mas a casa tem cheiro de maçãs.
não tenho sonhado. às vezes me lembro de estar andando num lugar iluminado. lembro de pessoas gritando comigo: tenho a sensação de que tentam falar todas rapidamente antes que o sonho acabe. falam todas juntas e aos berros, e isso deve durar uns dois segundos. esse é o sonho da noite toda. abro os olhos: tudo está do mesmo jeito. a orquídia dormindo. a samambaia dormindo. adormeço.

sábado, 7 de março de 2009

a história começou do mesmo jeito. quando ouvi aquele trecho, já sabia o que aconteceria. não li mais.

quinta-feira, 5 de março de 2009

orlando furioso

Nel profondo cieco mondo si precipiti la sorte già spietata a questo cor. Vincerà l’amor più forte con l’aita del valor.

nome

não quero dizer o nome da besta. não posso dizer mais nenhum nome.

domingo, 1 de março de 2009

parque

sonho que estou casado com uma enfermeira nos anos 50, nos estados unidos, mas moramos em poços de caldas que no sonho fica lá. ela tem a chave para o parque de diversões onde eu ia quando criança, com brinquedos de metal pintado em cores fortes. ela abre um portão baixo com um cadeado brilhante. lá dentro eu tinha esquecido os meus remédios, e antes que partamos em viagem eu preciso pegá-los. mas não posso entrar no parque, apenas ela. digo que preciso dos meus remédios e torço que esteja escuro demais para que ela leia os rótulos. ela, loira, de boina marrom e vestido marrom claro, vira-se e pega os remédios de cima de um brinquedo de girar. e coloca dentro de uma bolsa. e eu vou falando: falta mais um. falta mais um. ela não demonstra ter lido os rótulos. mas sorri, acho que por me ver tão constrangido. talvez ela já soubesse que tomo os remédios. desperto.

elevador

sonho que estou em treinamento para descer de elevador até o centro da Terra, com um pequeno grupo de magos. nós treinamos alguns truques para nos preparar contra o que encontraremos. a professora, nessa noite, nos convoca e faz a pergunta: que nós gostaríamos de conseguir fazer quando estivéssemos para fugir? eu não sei responder. uma colega minha diz o que eu gostaria de ter dito: ficar invisível. a professora, então, a escolhe como sua parceira para nos testar. nós teríamos algum tempo para nos preparar. começo a usar os truques que já sei para trancar as portas e janelas e baús da pequena casa onde estamos, e conforme o faço, a casa fica mais sombria e mofada. quando o tempo se esgota, a professora inicia o teste. a menina vira sobre a minha mão um pote cheio de pequenos insetos de casca dura, azul escuro como começo de noite. eu entro em pânico. raspo eles da minha mão, onde estavam simplesmente grudados, e eles caem no chão sem fazer barulho. temo que eles acordem e comecem a andar pelo meu corpo.

noite

P1040451

noite

tudo calmo. a ventoinha silencia. a luz apaga. as plantas crescem. a roupa seca. sonho com algo leve que não me lembrarei. os espíritos raivosos se movem, estilhaçando as lâmpadas. não me altero: compro novas na esquina e troco os abajoures, calmamente, enquanto canto.