(as coisas esperam
tudo seco
por cima das coisas a superfície das coisas
e dentro delas os deuses
chove sobre os que dormem
me deito e me cubro de bronze)
segunda-feira, 30 de junho de 2008
acordo com o nariz arranhado: a besta-fera me visitou
vi em meu rosto pela manhã
de noite, ela me beijou o rosto e foi embora
sozinho eu concordo com um diálogo que ninguém ouve: é claro, sim, tem razão. como faço sempre, com todos os diálogos. e fazendo sempre o mesmo recebo sempre os mesmos elogios: que sou interessante, que sou eloqüente, que conheço muitas coisas. ausento-me e os olhos deles me preenchem do que querem. me debato de noite. não lembro pela manhã se tive algum pesadelo. acho que sonharam por mim.
minha boca está cheia de aftas. a besta-fera com seus dentes me beija. roça o nariz e o rosto de tigre em mim. minha pele descama.
vi em meu rosto pela manhã
de noite, ela me beijou o rosto e foi embora
sozinho eu concordo com um diálogo que ninguém ouve: é claro, sim, tem razão. como faço sempre, com todos os diálogos. e fazendo sempre o mesmo recebo sempre os mesmos elogios: que sou interessante, que sou eloqüente, que conheço muitas coisas. ausento-me e os olhos deles me preenchem do que querem. me debato de noite. não lembro pela manhã se tive algum pesadelo. acho que sonharam por mim.
minha boca está cheia de aftas. a besta-fera com seus dentes me beija. roça o nariz e o rosto de tigre em mim. minha pele descama.
terça-feira, 10 de junho de 2008
uma sereia com cauda bífida tenta me arrastar até minas submarinas cor de cobre
encontro um barracão onde só eu ouço os gritos. nesse campo de concentração não consigo descer até o segundo andar, onde as velhas e velhos estão amarrados nos instrumentos onde morreram. no primeiro andar, abençôo com saliva as crianças mortas que tentam sair da casa, por falta d'água, depois de rezar. em nome de meu pai, eu te abençôo. quando consigo alguma água, jogo sobre elas, que fecham os olhos. saímos da casa em direção a uma grama baixa e escura, num morro onde não há mais nada.
encontro um barracão onde só eu ouço os gritos. nesse campo de concentração não consigo descer até o segundo andar, onde as velhas e velhos estão amarrados nos instrumentos onde morreram. no primeiro andar, abençôo com saliva as crianças mortas que tentam sair da casa, por falta d'água, depois de rezar. em nome de meu pai, eu te abençôo. quando consigo alguma água, jogo sobre elas, que fecham os olhos. saímos da casa em direção a uma grama baixa e escura, num morro onde não há mais nada.
terça-feira, 3 de junho de 2008
havia algo acontecendo
não sei se estava chovendo demais ou um eclipse
ou não chovia mais ou o sol não se punha
e eu chamava um amigo para me ajudar a investigar
mas eu era os dois
um dos eus descobre de onde está vindo o problema: um templo de Zeus que não podíamos ver porque estava atrás de uma ilha
numa arquitetura super moderna, voltado para o sol sobre o mar
voávamos para lá e havia uma fogueira em cima
o que eu achava estranho, pensava quem acendia aquele fogo
não sei se estava chovendo demais ou um eclipse
ou não chovia mais ou o sol não se punha
e eu chamava um amigo para me ajudar a investigar
mas eu era os dois
um dos eus descobre de onde está vindo o problema: um templo de Zeus que não podíamos ver porque estava atrás de uma ilha
numa arquitetura super moderna, voltado para o sol sobre o mar
voávamos para lá e havia uma fogueira em cima
o que eu achava estranho, pensava quem acendia aquele fogo
segunda-feira, 2 de junho de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
lista infantil 1
cruzeiro do sul
três Marias
a mãe, a vó e a bisavó
chá de hortelã feito em vela no quintal
erva cidreira à noite
novela
ambrosia
nuvem de claras em calda de limão
cravos
sementes que estouram na mão
chiclete que estoura na boca
um chiqueiro abandonado
trilha no mato
líquen
leite de saquinho
alfajor
bicicleta vermelha
sapatos amarelos
aids
gosto da língua no jarro de barro
remédio para reumatismo
amaciante
pantufa
caxumba
flores coloridas do mato
flores laranjas do mato
cachecol de todas as cores
parque com caixa de areia
amoxicilina
paracetamol
tylenol
oxycilina
claritromicina
mercúrio cromo
cebion
biotônico
óleo de fígado de bacalhau
melhoral infantil
bactrim
polivitamínico
violeta genciana
colírio
mel
própolis
chá
escabin
nistatina
tripa de mico
seringa roxa
seringa vermelha
seringa amarela
toalha na mesa
cinco da manhã as xícaras batem nos pires na cozinha
febre
três Marias
a mãe, a vó e a bisavó
chá de hortelã feito em vela no quintal
erva cidreira à noite
novela
ambrosia
nuvem de claras em calda de limão
cravos
sementes que estouram na mão
chiclete que estoura na boca
um chiqueiro abandonado
trilha no mato
líquen
leite de saquinho
alfajor
bicicleta vermelha
sapatos amarelos
aids
gosto da língua no jarro de barro
remédio para reumatismo
amaciante
pantufa
caxumba
flores coloridas do mato
flores laranjas do mato
cachecol de todas as cores
parque com caixa de areia
amoxicilina
paracetamol
tylenol
oxycilina
claritromicina
mercúrio cromo
cebion
biotônico
óleo de fígado de bacalhau
melhoral infantil
bactrim
polivitamínico
violeta genciana
colírio
mel
própolis
chá
escabin
nistatina
tripa de mico
seringa roxa
seringa vermelha
seringa amarela
toalha na mesa
cinco da manhã as xícaras batem nos pires na cozinha
febre
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