terça-feira, 20 de janeiro de 2009
primeiro mistério
sonho que possuo quatro olhos. um deles me diz que eu sei tão pouco sobre mim que tenho de observar meus sonhos em busca de mim. o outro me diz que a purificação foi escondida atrás das imagens e textos e não se pode encontrá-la por inteiro. o terceiro me diz que tudo o que vejo quer dizer outra coisa que me ensina como devo ser. o quarto é de fogo e vê o invisível porque tenho fé que ele exista, e ele não me deixa dormir.
sábado, 10 de janeiro de 2009
sábado, 27 de dezembro de 2008
meia-noite no palácio da besta
eles me trouxeram aqui. depois me deixaram de repente, todos pelo mesmo motivo fulminante. como fizeram para esperar isso que viria inevitavelmente? lembro-me do cheiro de alecrim de um. o outro pintava o rosto de azul. me trouxeram pelas mãos sem me conhecer, mas entre nós havia uma afetividade que há entre os que possuem a mesma ferida. e que dói de repente e nos torna inteiramente brancos. é noite (como não seria). não vejo seus rostos. beijam-me e se despedem. a terra é seca e coberta do pó do que disseram. já vão tão cedo? sim, tão cedo.
sábado, 13 de dezembro de 2008
romã
essa moça vem e me dá um grão de romã. passa os dedos nos meus olhos. eu fecho os olhos. diz uma coisa pra mim. lava meus pés na fonte. lava minhas mãos, passa azeite na minha testa e dedos. me põe brincos e anéis prateados. me cobre a cabeça. me dá leite para beber. tudo isso sei de olhos fechados. põe a mão no meu peito e diz que tudo está perdoado. e vamos embora.
sábado, 1 de novembro de 2008
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