terça-feira, 6 de maio de 2008

(creio não ter lido uma só página que eu não acreditasse dizer algo sobre mim. e enquanto lia os artigos e imagens, procurava aprender mais sobre mim. cúmulo: não me interesso por aquilo que não seja eu. não desejo ausentar-me e deixo meus traços. inverte-se, as coisas me olham, em busca de si. digo a elas meu nome. desinteresso-me pela memória das coisas. e me queimo suavemente para que não me esqueça)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

morning

domingo, 4 de maio de 2008

não tenho certeza, pelas fotos veladas e pelo que escrevi em mim, palavras que esqueci, incompletas, pequenos desenhos sem perspectiva, cruzei o letes. estou descalço. até a dor esqueceu-se. o sono deixou de vir e esqueci como se respira sozinho, me esforço para ser. os desenhos esqueceram da sua imobilidade e andam pelo meu corpo: tigres negros e flores de cobre. cada coisa esqueceu-se de si e tornou-se a outra. espero de braços abertos a chuva que virá do chão, feita de cobre derretido e jade. não me lembro do nome das coisas, acho que me confundo.
depois de lamber a noite fugido, encontrei
o primeiro rio sem água
não por isso:
nele corria fogo

quinta-feira, 1 de maio de 2008

a besta-fera me escolheu como seu apóstolo e me ungiu com sua língua cor de ouro.
o que era perdeu o seu nome. a besta-fera açoita cachorros durante a noite e cavalga sobre nós. preciso descobrir o nome do que é. durante a noite, junto minha câmera e papel e parto em direção aos rios. faço o sinal da cruz e, enquanto anoitece, entro na floresta, para que a besta não me encontre com seus dentes cor de palha e olhos opacos.